Sunça no Cinema – Meu Malvado Favorito 3 (2017)

Nos anos 1980, Balthazar Bratt fazia muito sucesso através de sua série de TV, onde interpretava um vilão chamado EvilBratt. Entretanto, o tempo passou, ele cresceu, a voz mudou e a fama se foi. Com a série cancelada, Balthazar tornou-se uma pessoa vingativa que, nas décadas seguintes, planejou seu retorno triunfal como vingança. Gru e Lucy são chamados para enfrentá-lo logo em sua reaparição, mas acabam sendo demitidos por não terem conseguido capturá-lo. Gru então descobre que possui um irmão gêmeo, Dru, e parte com a família para encontrá-lo no país em que vive.

90 min – 2017 – EUA

Dirigidor por Kyle Balda e Pierre Coffin, roteirizado por Cinco Paul , Ken Daurio. Com Steve Carell, Kristen Wiig, Trey Parker, Miranda Cosgrove, Dana Gaier, Pierre Coffin, Steve Coogan, Julie Andrews, Jenny Slate e Andy Nyman.

Dublado no Brasil por Leandro Hassum, Maria Clara Gueiros, Evandro Mesquita, Bruna Laynes, Ana Elena Bittencourt, Pâmela Rodrigues, Marcio Simões, Marize Motta, Marcia Morelli e Cláudio Galvan.

Em 2010 a Universal Studios, junto com a Illumination Entertainment, apresentou  um conceito interessante. “Meu Malvado Favorito” que trazia como protagonista um vilão. No mesmo ano a DreamWorks Animation trouxe “Megamente” com uma proposta similar. Ambos bons filmes que continham boas idéias. Em 2013 a Universal traz de volta a franquia com o bom “Meu Malvado favorito 2”, ainda no mesmo ano a Pixar nos presenteou com o excelente “Detona Ralph”. Mais um vilão protagonista. Em 2015 o fraco “Minions” foi apresentado com o claro objetivo de lucrar com a popularidade dos personagens. Desde a origem da série um dos objetivos era vender bonecos, camisas e etc, em “Minions” o merchandising é o foco principal. Agora em 2017 os roteiristas Cinco Paul e Ken Daurio (Também roteiristas dos outros filmes da franquia) trazem para a tela o fraco “Meu Malvado Favorito 3”.

Independente da qualidade dos filmes a série é um sucesso comercial. Isso é inegável. Os dois filmes estrelados por Gru e o spin-off dos Minions arrecadaram mais de dois bilhões de dólares. Sendo o longa das criaturinhas amarelas o mais bem sucedido no quesito comercial. Então é compreensível que a Universal aposte suas todas as suas fichas em um terceiro filme estrelado por Gru e suas meninas.      

Assim como em seus antecessores, o longa atual apresenta uma história simples e divertida. Animação de qualidade sempre focada no humor visual, algo presente em todas as produções da Illumination Entertainment, e um bom desenho de produção. São cores vibrantes, ação descontrolada e muito humor besta. Na aventura da vez, Gru (Steve Carell/Leandro Hassum) e Lucy (Kristen Wiig/Maria Clara Gueiros) são demitidos da Liga Anti-Vilões quando fracassam na captura do ótimo Balthazar Bratt (Trey Parker/Evandro Mesquita) o vilão da vez. Enquanto isso Lucy se preocupa com suas obrigações maternas, ao mesmo tempo em que Gru descobre a existência de seu irmão gêmeo. Em meio a tudo isso, os minions decidem abandonar Gru e voltar para a vilania já Balthazar Bratt se prepara para seu plano de retorno/destruição. Além de Agnes e sua busca implacável por unicórnios. Boas ideias estão presentes, mas o excesso de linhas narrativas não deixa o roteiro se aprofundar nelas e a coerência se torna um problema.

A série dirigida por Pierre Coffin e Chris Renaud, apresentou em seu primeiro filme a construção rasa e preguiçosa da relação de afeto entre Gru e suas filhas. No segundo o foco é a transformação, um pouco cafona, do protagonista em super-herói. “Minions” têm pouco para demonstrar além do objetivo de vender produtos. “Meu Malvado favorito 3” perde o foco. Lucy busca a aceitação das meninas, Gru e Dru enfrentam conflitos familiares e o vilão Balthazar é frustrado e quer se vingar. Como de costume na franquia, a trama nos traz tudo de forma piegas, caricata e ligeiramente brega. A ideia de Gru ter um irmão gêmeo é desnecessária, e nitidamente têm como objetivo a possibilidade de novos filmes. Sim, o longa sugere sequências. E propõe algo no estilo (Para não dizer exatamente igual) “Spy vs Spy”. Vide as cenas durante os créditos. É difícil de compreender porque os roteiristas não exploram a fundo a melhor ideia do filme, o vilão Balthazar Bratt. Um ex-astro mirim de um seriado dos anos oitenta, que teve o programa cancelado. Seu personagem era EvilBratt e seu chavão “Eu sou um menino mau!”. O personagem rouba a cena, sempre ao som de hits dos anos 80 como Michael Jackson, A-ha, Van Halen e Pharrell Williams. Seu design é ótimo, ombreiras, mullets, bigode e uma ótima careca. Suas armas um show a parte: chicletes, ioiôs, cubos mágicos, um exército de actions figures e sua arma final digna de um episódio dos Power Rangers. Difícil entender porque o conflito entre Bratt e Gru não é o foco da trama.

Eu gosto dos minions. As crianças gostam dos minions, adultos gostam dos minions e a Universal sabe. É nítido o esforço para que eles tenham mais tempo de tela, um bom exemplo são os momentos musicais completamente desnecessários a trama. “Meu Malvado favorito 3” é um produto fadado ao sucesso comercial. Entrega no filme o que mais vende, temos mais minions (Com excessivas piadas de peido), um novo Gru (O irmão gêmeo Dru) e um vilão carismático, direto dos anos 80, com seu plano genérico. Além de muitas piadas já tradicionais da franquia. É uma pena que o foco não seja uma boa história que desenvolva seus personagens. O que quando bem feito, também vende bem.         

Obs. Na cabine de imprensa não foi exibida cena pós-créditos.

Nota do Sunça:

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Sunça no Cinema – Pets – A Vida Secreta dos Bichos (2016)

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Max é um cachorro que mora em um apartamento de Manhattan. Quando sua querida dona traz para casa um novo cão chamado Duke, Max não gosta nada, já que seus privilégios parecem ter acabado. Mas logo eles vão ter que pôr as divergências de lado quando um incidente coloca os dois na mira da carrocinha. Enquanto tentam fugir, os animais da vizinhança se reúnem para o resgate e uma gangue de bichos que moram nos esgotos se mete no caminho da dupla.

87 min – 2016 – EUA

Dirigidor por Chris Renaud, roteirizado por Cinco Paul e Ken Daurio. Com Louis C.K., Eric Stonestreet, Kevin Hart, Jenny Slate, Ellie Kemper, Albert Brooks, Lake Bell, Dana Carvey, Hannibal Buress, Bobby Moynihan, Chris Reynaud, Steve Coogan, Michael Beattie, Sandra Echeverría, Jaime Camil, Kiely Renaud.

Dublado no Brasil por Danton Mello, Tatá Werneck, Tiago Abravanel, Luís Miranda, Leonardo Santhos, Eduardo Dascar, Marcelo Garcia, Miriam Ficher e Aline Ghezzi

Claramente influenciado por Toy Story, Pets – A Vida Secreta dos Bichos, parte de uma premissa interessante, mostrar o que fazem os animais de estimação quando seus donos não estão em casa. Dirigido por Chris Renaud, também responsável por Meu Malvado Favorito e Minions, inicialmente o filme impressiona com bonitas panorâmicas de Manhattan, ele conta com um ótimo desenho de produção e com uma animação de qualidade característica da Illumination Entertainment.  Mas infelizmente o filme logo desiste de sua premissa e ao invés de situações interessantes e inusitadas com os bichinhos em suas casas, partimos para uma aventura exagerada com situações comuns sem relação com a temática inicial.

No filme acompanhamos Max (Danton Mello), um cachorro que mora em um apartamento de Manhattan. Ele têm um feliz relacionamento com sua dona a Katie (Aline Ghezzi), em suas próprias palavras, “Eles dividem um ap.” Mas tudo muda quando um dia sua dona traz para casa um novo cão chamado Duke (Tiago Abravanel). De início Max e Duke não se dão bem, mas logo eles têm que pôr as divergências de lado devido a um incidente que os coloca em uma carrocinha e mas tarde de frente a uma gangue de bichos que odeia os humanos e moram nos esgotos. Enquanto isso os animais da vizinhança se reúnem para o resgate da dupla. Uma trama bastante semelhante a aventura de Buzz e Woody.

Se a falta de carisma dos protagonistas é um problema, falta empatia com o espectador, os personagens coadjuvantes roubam a cena. Alias, isso parece ser uma especialidade da Illumination Entertainment vide os  Minions que roubam a cena em Meu Malvado Favorito. Eles fizeram tanto sucesso que aqui em Pets, também se fazem presentes, antes do longa estão em um curta que é apresentado, fazem interferências no logo da empresa e até “aparecem” no final da trama. Mas o destaque fica para Gigi (Tatá Werneck) e para o vilão do longa o coelho Bola de Neve (Luis Miranda), o velho basset hound “veiaco nos esquemas” também nos fornece algumas risadas. Vale um destaque também para todas as interações entre Gigi e o gavião Tiberius (Leonardo Santhos).

É uma pena que o longa abandone sua premissa e adentre uma trama genérica e confusa, que te faz questionar o quanto é “secreta” a vida dos bichos, uma vez a partir de determinado momento do roteiro suas ações passam a afetar diretamente os humanos e a cidade de uma forma bem exagerada. Com uma ajuda do roteiro os humanos parecem estar sempre atrasados aos acontecimentos, exceto é claro, quando não presenciam os animais e suas vidas nem tão ocultas assim. Com um mundo bonito e colorido, cenas que rendem boas risadas, sequências em uma festa, tudo o que se passa no terraço, o “Reino da salsicha” e a turma do esgoto são méritos do filme, mas é nas cenas em que realmente vemos como é a vida dos bichos, sem os donos em suas respectivas casas, que Pets – A Vida Secreta dos Bichos têm seus melhores momentos. Uma pena o filme não saber explorar melhor sua boa ideia inicial e ponto fundamental de sua desperdiçada premissa.

Obs. Na cabine de imprensa foi exibida um cena durante os créditos.

Nota do Sunça:

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