Sunça no Cinema – Deadpool 2 (2018)

Quando o super soldado Cable (Josh Brolin) chega em uma missão para assassinar o jovem mutante Russel (Julian Dennison), o mercenário Deadpool (Ryan Reynolds) precisa aprender o que é ser herói de verdade para salvá-lo. Para isso, ele recruta seu velho amigo Colossus e forma o novo grupo X-Force, sempre com o apoio do fiél escudeiro Dopinder (Karan Soni).

120 min – 2018 – EUA

Dirigido por David Leitch, roteirizado por Paul Wernick, Rhett Reese e Ryan Reynolds. Com: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Zazie Beetz, Andre Tricoteux, Brianna Hildebrand, Morena Baccarin,Julian Dennison, Karan Soni, Leslie Uggams, Shioli Kutsuna, Stefan Kapicic, T.J. Miller e Terry Crews.

Em 2016 “Deadpool” inovou e ousou em seu primeiro longa solo. A obra foi um sucesso e acabou se tornando a maior bilheteria de um filme com classificação restrita. Isso foi determinante para a FOX aceitar apostas como “Logan (2017)” e para a Marvel Studios arriscar inovações no gênero como a comédia “Thor: Ragnarok (2017)”. Nesta nova empreitada David Leitch assume a direção. O longa exalta a ação sem deixar de lado a comédia, o deboche, as referências à cultura pop e as quebras da quarta parede. A obra se mostra mais violenta que a original, perfurações de balas, cabeças arrancadas e dilaceradas, corpos torcidos são comuns ao longo da trama.     

Wade Wilson (Ryan Reynolds) continua seu relacionamento com Vanessa (Morena Baccarin) e assumiu, como Deadpool, uma carreira internacional de mercenário. Matando apenas “caras maus” em suas próprias palavras. Um soldado do futuro, Cable (Josh Brolin), volta ao passado com o objetivo de assassinar um vilão em potencial. O enredo é simples, Cable está atrás do garoto Russell (Julian Dennison) e Deadpool tenta impedi-lo atrás de uma redenção pessoal. Para isso o protagonista conta com a ajuda de Dominó (Zazie Beetz), Colossus (Andre Tricoteux) e Negasonic (Brianna Hildebrand). As novas aquisições do elenco são boas. A obra simplifica a origem e mitologia de seus novos personagens, o que é um aspecto positivo já que são bastante complexas e confusas nas hqs. A origem de Cable nos quadrinhos é um bom exemplo disso. Josh Brolin está ótimo como o personagem, apesar de não ter o tamanho correto como bem demonstrado pelo anti herói. Zazie Beetz constrói uma ótima Dominó e o diretor é bem sucedido em demonstrar seus poderes de forma interessante e empolgante. Assim como em 2016 o design de Colossus continua melhor do que nos demais filmes da franquia dos “X-Men”. Mais uma vez é retratado de forma interessante e cômica e sua relação com Wade se aprofunda mais. É um ponto forte a preocupação de um com o outro. É digno de aplausos de que em meio a tudo isso, o filme ainda se esforce para destacar e abrir espaço para uma heroína negra, um casal lésbico interracial, um personagem indiano e um herói obeso que em um momento específico critica a indústria pelo preconceito com os “heróis gordinhos”.

David Leitch trás seu ponto forte para Deadpool 2, a ação é melhor planejada, coreografada e filmada. Leitch demonstrou bem em em “John Wick: De Volta ao Jogo”(2014) no qual foi  co diretor e em “Atômica” (2017) o qual dirigiu, seu potencial para sequências realistas, exageradas e violentas. E aqui, sabe dosar bem essas cenas com as tiradas cômicas, as referências e personagens bem humorados. A trilha sonora merece destaque. Todo o longa é acompanhado de hits românticos oitentistas. A-Ha, Air Suply, e Beyoncé entram em momentos chaves que agregam e trazem mais humor para a história. Até Celine Dion têm seu momento com a canção “Ashes” em uma ótima cena inicial que remete a nosso querido 007. E sem cair na mesmice como outros filmes de herói a obra consegue elaborar um confronto final sem sequências gigantes e mirabolantes. Na luta derradeira são vários personagens, muitos efeitos mas com uma pretensão menor. Um acerto que não aconteceu no Deadpool de 2014.

“Deadpool 2” traz novidades em relação a seu antecessor, cria momentos marcantes e personagens interessantes. Sabe usar e amplificar o que deu certo no original trazendo consigo uma desenvoltura e escatologia própria. Sua trama irreverente sabe surpreender o espectador, causar boas risadas, chocar e até trazer dramas pessoais para o herói. As inúmeras referências divertem e entretêm, são temas de piadas e não poupam ninguém, nem mesmo o próprio Reynolds. Vários momentos remetem aos quadrinhos, temos ótimas e surpreendentes participações especiais e um vilão inesperado e finalmente é representado da maneira correta. Seu CGI deixa um pouco a desejar, mas vai causar arrepios nos fãs de quadrinhos (Causou em mim!) Acho que Ryan Reynolds encontrou seu papel definitivo na cultura pop.

Obs. Têm uma cena após os créditos iniciais. E ela é ótima.

Nota do Sunça:

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Sunça no Cinema – Deadpool (2016)

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A história de origem do ex-oficial das Forças Especiais transformado em mercenário Wade Wilson, que depois de se submeter a um experimento para ganhar fator de cura, adota o nome de Deadpool. Armado com as suas novas habilidades e um senso de humor negro, Deadpool vai caçar o homem que quase destruiu a sua vida.

108min – 2016 – EUA

Dirigido por Tim Miller e roteirizado por Paul Wernick e Rhett Reese. Com: Ryan Reynolds, , Morena Baccarin, T.J. Miller, Ed Skrein, Gina Carano e André Tricoteux.

Deadpool é o que espera de um filme de um personagem tão controverso. Desde sua criação o anti-herói causa polêmica e confusão. Como fã de quadrinhos estou familiarizado com suas características. E quem acompanha a área, certamente, já testemunhou uma de suas divertidas aparições em produções de outros personagens, como por exemplo, a atual série animada do teioso (Ultimate Spiderman).

O filme é uma zoeira do início ao fim, Tim Miller equilibra bem comédia, violência e momentos emotivos. Os créditos iniciais já deixam claro a zombaria que estamos prestes a assistir, neles a própria equipe do filme é alvo de piadas. É um ótimo plano estático no meio de uma cena de ação. É a famosa cena teste que vazou na Internet em 2014. (Cena que devido a seu sucesso deu origem ao filme.) O longa opta por uma construção não linear, temos flashbacks narrados por Deadpool, e é assim que vamos conhecendo o personagem e sua origem.

Assim como nas hqs ao longo do filme temos piadas pesadas, interação com o público, quebra da quarta barreira (Com direito até a quebra da quarta barreira ao quadrado), palavrões, violência, sangue, nudez e sexo. O sexo inclusive é utilizado para construir uma interessante sequência que demonstra a passagem do tempo. É muito divertida a forma como o longa brinca com os outros filmes de herói e até mesmo com o seu estúdio. Cornetas com a cronologia dos filmes dos X-men, piadas com a falta de verba da FOX para adquirir mais personagens, referências ao Deadpool do filme Wolverine Origins, uma alfinetada no Lanterna Verde de Reynolds, um plano detalhe de um relógio da Hora da Aventura e muitas outras referencias a cultura pop e aos anos oitenta permeiam todo o filme.

Wade wilson (Ryan Reynolds) é um ex soldado das forças especiais que trabalha como um mercenário. Ele conhece a prostituta Vanessa (Morena Baccarin) e o casal desenvolve um relacionamento. Tudo ia muito bem ate Wade ser diagnosticado com um câncer terminal. Ele então, aceita participar de um experimento que promete curar seu câncer e também desenvolver habilidades especiais. Ele é enganado e então parte para uma sanguinolenta vingança contra o homem que destruiu sua vida.

Apesar de ser uma história de origem e seguir a estrutura de filmes de herói o Deadpool consegue brincar com isso e deixar a experiência interessante e original. Em determinado momento o protagonista nos diz que estamos em uma historia de amor e de fato o longa assume essa estrutura, quando ele nos diz que estamos em uma história de horror a estrutura passa a ser de um filme de terror.  E sempre que começamos a acreditar que Wade Wilson é um super herói, ele instantaneamente faz questão de nos confirmar o contrário.

Coadjuvantes interessantes, Colossus é um show a parte, apesar de ser um dos motivos de piada do filme, vilões interessantes e um par romântico que funciona na personalidade bizarra do casal. Uma história de super-herói dentro dos padrões clássicos, mas que não cansa e nem parece desgastado. Em sua sequência final o filme utiliza muitos clichês de filmes de herói mas não compromete sua investida bem sucedida. A montagem do filme, a empatia com o protagonista e narrador do filme, o humor, o deboche e as constantes interações do personagem com o público e com a câmera (Sim ele move a câmera) são pontos fortes e ajudam o longa a cumprir seu objetivo.

Obs. Têm uma ótima cena pós-créditos. Não é importante para a história, mas recomendo ficar até o final.

Nota do Sunça:

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