Sunça no Streaming – Mulan – Disney Plus (2020)

Em Mulan, Hua Mulan (Liu Yifei) é a espirituosa e determinada filha mais velha de um honrado guerreiro. Quando o Imperador da China emite um decreto que um homem de cada família deve servir no exército imperial, Mulan decide tomar o lugar de seu pai, que está doente. Assumindo a identidade de Hua Jun, ela se disfarça de homem para combater os invasores que estão atacando sua nação, provando-se uma grande guerreira.

115 min – 2020 – EUA/Hong Kong

Dirigido por Niki Caro e roteirizado por Rick Jaffa, Amanda Silver, Elizabeth Martin e Laura Hynek. Com Yifei Liu, Donnie Yen, Li Gong, Jet Li, Jason Scott Lee, Yoson An, Tzi Ma, Rosalind Chao, Xana Tang, Jun Yu, Chen Tang, Jimmy Wong.

*Devido a pandemia estreou apenas na plataforma de streaming Disney Plus

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Mulan é o longa-metragem mais recente da Disney, ele segue na proposta de trazer os clássicos do estúdio de animação com uma caracterização real. O realismo não se dá apenas pelo fato de ter um elenco verdadeiro com locações físicas e efeitos especiais, se dá também pela opção de retirar ao máximo os alívios cômicos e as canções da produção original. A história é a mesma. Mulan (Liu Yifei) é uma jovem honrada e corajosa que assume o lugar de seu pai Hua Zhou (Tzi Ma) na batalha. Ele é um veterano de guerra debilitado, por isso, Mulan finge ser homem para como filho assumir o lugar do pai e lutar em uma guerra para salvar a China de um exército de invasores. Com a opção da diretora Niki Caro de fazer uma versão realista, elementos importantes da animação ficaram de fora. Porém elementos ligados à tradição e mitologia chinesa foram adicionados, logo, essa obra se apresenta mais como uma nova adaptação da lenda folclórica de Mulan e menos como uma refilmagem. Isso se confirma na fala do pai da protagonista no início da trama: “Muitas lendas foram contadas sobre a grande guerreira Mulan, essa é a minha”  

A versão de 2020 apresenta um design de produção lindo, um visual belo e sofisticado. São sequências e planos que deslumbram, muitas cores, muita intensidade e um ambiente fantasioso e mágico. Tudo isso com um elenco empenhado e figurinos ricos, detalhados e elegantes. A produção tenta criar um clima épico com paisagens maravilhosas, muitos figurantes e cenários grandiosos. Todo o visual evoca a sensação de tradicionalidade chinesa e remete a filmes do país. É uma tentativa de agradar o público chinês e fugir da representação estereotipada que anos atrás a animação não soube evitar.   A correção desses equívocos é um acerto, assim como retratar trajes e tradições culturais. 

É uma pena que em alguns momentos chave a diretora não saiba tirar proveito da dimensão épica que o longa tenta criar. Cortes rápidos e movimentos bruscos tiram o impacto de sequências de batalha, momentos de revelação perdem a intensidade com enquadramentos genéricos e cenas de clímax são desperdiçadas com mudanças repentinas de quadro. O roteiro é apressado e perde boas oportunidades de criar momentos memoráveis, elaborar melhor seus personagens, criando arcos narrativos interessantes e cativantes. A relação entre Mulan e a bruxa Xianniang (Gong Li) é pouco explorada e os objetivos e crenças da feiticeira são frágeis. Uma personagem que deveria estabelecer um paralelo forte com a protagonista acaba funcionando como um atalho de roteiro.

Uma característica forte na animação é o empoderamento feminino. Mulan treina, é dedicada e se esforça. Assim se torna uma guerreira forte e que se destaca no meio de um exército de homens. Esses elementos estão presentes neste novo filme, porém perdem força com a introdução do chi. Conhecemos a protagonista quando criança treinando com seu pai que reconhece na garota (Crystal Rao) seu potencial. Mulan apresenta uma grande agilidade e habilidade devido a presença de um forte chi. Isso a torna uma “escolhida” alguém que dotada de grandes poderes está destinada a grandes feitos. Ainda que no processo ela precise aprender quem ela é. A denúncia de uma sociedade machista e uma cultura patriarcal enraizada na sociedade está presente. Tudo à volta de Mulan a diz que a honra de uma filha está em um bom casamento.  A protagonista tem que se libertar desses preceitos e preconceitos para assim se tornar uma heroína. 

Mulan aprende a lidar com sua força interior enquanto se entende como pessoa e luta por seu lugar no mundo. Uma obra com um visual lindo, cenários e figurinos elaborados e um sentimento de fantasia e mágica. Porém, é apressado e não dá a devida atenção a seus personagens e suas transformações. Um longa que tenta ser épico e que apresenta uma história sobre tradição e família sem medo de explicitar os costumes machistas e patriarcais.

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Nota do Sunça:

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