Sunça no Cinema – Turma da Mônica: Laços (2019)

Floquinho, o cachorro do Cebolinha (Kevin Vechiatto), desapareceu. O menino desenvolve então um plano infalível para resgatar o cãozinho, mas para isso vai precisar da ajuda de seus fiéis amigos Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira). Juntos, eles irão enfrentar grandes desafios e viver grandes aventuras para levar o cão de volta para casa.

96min – 2019 – Brasil

Dirigido por Daniel Resende, roteirizado por Thiago Dottori. Com: Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira, Mônica Lozzi, Paulo Vilhena, Ravel Cabral e Rodrigo Santoro.

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A maioria das crianças brasileiras da minha geração, aprendeu a ler com os gibis da turma da mônica. Comigo não foi diferente. Aliás, é um dos motivos pelo qual hoje sou quadrinista e cartunista. Ouso dizer, que até hoje a turminha é extremamente popular com as crianças e jovens em geral. A ideia de ver a criação de Maurício de Souza na telona, inicialmente, desagradou muitos fãs. Mas não a mim. A escolha de adaptar a Graphic MSP “Turma da Mônica – Laços” dos amigos Vitor e Lu Cafaggi, para mim era acertadíssima. A HQ de 2013 foi um grande sucesso de crítica. E trazia um conto de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali no melhor estilo “Goonies” e “Conta comigo”. Uma história de crescimento e amadurecimento que fortalecia os laços da turma. Outra escolha que me deixava confiante era o diretor. Daniel Rezende que após anos de carreira como um ótimo montador em longas diversos como: Cidade de Deus, Água Negra, Diários de Motocicleta, Tropa de Elite 1 e 2 e Ensaio Sobre a Cegueira. Só para citar alguns. Estreou na direção com o ótimo “Bingo – O Rei das Manhãs”. Fico muito feliz de “Turma da Mônica: Laços” ter atendido as minhas expectativas. E não tenho palavras para dizer como foi especial poder assistir ao filme na mesma sessão que o Vitor, Lu e o Maurício de Souza.  

Floquinho, o “cacholinho” do Cebolinha (Kevin Vechiatto), é sequestrado. Então Cebolinha, Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) partem juntos em busca do cãozinho. Para isso, a turminha enfrenta grandes desafios e vive uma aventura recheada de planos infalíveis e amigos fiéis. O roteiro de Thiago Dottori segue a base da HQ do Vitor e da Lu, mas traz consigo novos personagens, situações e acontecimentos.  O universo criado no filme remete sim a Graphic MSP, mas se parece mais com os gibis clássicos dos personagens. A direção de arte é linda, um visual colorido que cria uma ambientação analógica e atemporal, assim como nas hqs. Temos vendedores de rua, muitas praças, árvores e parques. Vale uma menção para a participação de Leandro Ramos como vendedor de balões. Participações e easter eggs são o que não faltam. Temos a presença de Maurício de Souza e do Vitor e Lu Cafaggi. Menções a Turma do Penadinho, as aparições de Cranicola e do Louco (Rodrigo Santoro). A sequência do encontro entre o Louco e o Cebolinha é inventiva, usa de truques de montagem e representa bem o personagem. Além de trazer um “resumo” do aprendizado do Cebola. Temos também vários bonecos e objetos que são menções e representações de outros personagens. Um outro elemento essencial da obra é a trilha sonora, que além de pontuar cenas específicas, acentuando momentos importantes, cria uma atmosfera única para toda a projeção. É impressionante como a trilha sonora de Fabio Góes é respeitosa e inovadora. E como ajuda a narrar a história.

Certamente outro ponto forte é o elenco. Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) ficaram perfeitos nos papéis. São talentos mirins promissores. Todos eles se destacam individualmente e coletivamente. A caracterização deles e dos demais personagens também está impecável. O tom escolhido para o filme não é tão lúdico como nos gibis iniciais, é mais emotivo, nostálgico e dramático. Porém sem perder o viés divertido e cômico, afinal, o público alvo da obra é o infantil. No início a Mônica é coadjuvante de seu próprio filme. Cebolinha é desrespeitoso e irritante com seus amigos. E o que parece ser um comportamento tóxico na tela, é na verdade posto em discussão. Destaco aqui a surpreendente, e emotiva, cena com a Mônicas e seus olhos cheios de lágrimas após uma discussão da turma na floresta. É um grande aprendizado para o próprio Cebolinha e seu arco dramático mostra a importância de valorizar seus amigos, e suas diferenças. O que rende a ótima sequência de resgate do Floquinho. Todos eles têm que fazer “sacrifícios” e confiar uns nos outros para garantir o sucesso da missão. A importância da amizade e seus “laços” é nítida e representada de forma literal na floresta. 

“Turma da Mônica: Laços” cumpre a sua difícil missão. Representa bem os personagens de Maurício de Souza, traz a tela a ótima história de Vitor e Lu Cafaggi e apresenta uma produção nacional que transborda carisma, qualidade técnica e comprometimento com os fãs. A direção de Daniel Rezende é cuidadosa, carinhosa e talentosa. Seus enquadramentos ajudam a contar a história. Em vários momentos refletem as angústias, alegrias, tristezas e teimosias (No caso do Cebolinha) de seus personagens.  No fim, vemos que os “planos” nem sempre são “infalíveis”. Mas os “laços” da amizade são.

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Nota do Sunça:

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