Salve-se Quem Puder #14 – Prato do dia: Minas Gerais

No FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) de 2018, fui um dos quadrinistas selecionados para participar da exposição “Traçado na memória”.

Cada artista escolheu um ponto turístico de Belo Horizonte, com o qual têm uma conexão, e deveria representá-lo em uma página de hq. Além disso, cada autor também teve que escrever um testemunhal para seu ponto simbolo da cidade.

O meu não poderia ser outro, senão, o Mercado Central! Sábado passado, dia sete de setembro de 2019, o Mercadão completou noventa anos de idade. Para celebrar a data resolvi eternizar por aqui a singela homenagem que produzi ano passado.

Segue algumas fotos da exposição e na sequência meu texto testemunhal.


“Tenho tantas lembranças do Mercado Central que seria impossível retratá-las em apenas uma página de HQ.

Desde pimpolho acompanho meus pais em compras e passeios. (Regados com abacaxi, goiabada e doce de leite.) Com amigos já fiz aquisições inusitadas, após estadias em seus hospitaleiros bares. Depois de longas jornadas pela noite belo-rizontina, fui protagonista de situações incomuns e comportamentos não usuais. (Cantar e dançar descalço, com a camisa semi-aberta e devidamente equipado com um sombreiro, não é tão incomum né?) Lá consumi saborosos cafés da manhã. (Munidos de pinga da roça e fígado acebolado com jiló). Constantemente faço compras para embelezar minha morada, encorpar minha cozinha, abastecer minha geladeira e aromatizar minha horta.

Sinto que o Mercado me acompanha em todos os momentos da vida. Já perdi a conta de quantos sábados me deliciei com suas prosas e causos. Acredito que é assim que se sente todo belorizontino. Aliás, os mineiros.

Hospitalidade, aconchego, alegria e tradição. É a parada obrigatória das Gerais e o melhor e mais democrático ponto de convivência de Belo Horizonte. O Mercado Central é a multiplicidade de cores, produtos, pessoas e sabores, é onde de fato se encontra Minas Gerais.

Oitenta e nove anos de tradição, o terceiro melhor mercado do mundo e meu parceiro.

Tamô junto mercadão!”

*Texto de maio de 2018


Ministério do sarcasmo adverte:

Acreditar e/ou levar a sério informações desse texto é um atestado de bestialidade.



Sunça é cartunista e escritor. 

Às vezes certo, às vezes errado, nunca com razão.


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